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domingo, 27 de abril de 2008

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Tudo começou a partir de Janeiro de 2005, após 3 anos de estarmos juntos e ao fim de 11 anos de estarmos separados, resolvemos que estava na hora de termos um “Filho/a” . Depois da consulta a ginecologista e análises de rotina, começamos os treinos sem grandes preocupações. Os meses foram passando e a ansiedade foi crescendo, pois nada acontecia. Os conselhos sucediam-se: não stress se não consegues, a ansiedade estraga tudo, etc., etc., etc.
Mas esse ano estava quase a chegar ao fim e nada. Mas em Outubro ia ser Mãe, o nosso sonho ia-se realizar íamos ser Pais. Mas infelizmente tudo acabou a dia 4 de Novembro de 2005. A partir de 2006 podia voltar aos treinos, passaram 6 meses e começo por fazer novamente analises, ecografia e o marido o espermograma,tudo “OK” . Começo a tomar dufine durante 3 meses e nada. Em Janeiro de 2007 decidi mudar de médica, exames e mais exames, ou seja repetir tudo novamente………….tudo “OK” mais uma vez ao fim de mais 6 meses tudo na mesma, já estava a começar a desesperar. Entretanto, já tinha lido mil coisas na Internet, já tinha experimentado ter relações dia sim, dia não, já tinha experimentado por a almofada por baixo do rabo após as relações, temperaturas e tudo o mais que ouvisse que dava certo.....
Já começava também a pensar que precisava de procurar um especialista, e assim foi. Em Novembro de 2007 fui a minha 1ª consulta de Infertilidade com a Dr.ª Daniela Sobral que faz serviço na MAC de desde Janeiro de 2008 que ando na Maternidade Alfredo da Costa. Mas todos diziam para ter calma, que quando menos esperasse ia engravidar, que era só relaxar e acontecia, etc., etc., todas aquelas coisas que as pessoas gostam de dizer, mas só quem passa por esta situação é que sabe.
Ao longo destes 2 anos, os sentimentos em relação à infertilidade têm sido muitos. Nos 1ºs meses era a expectativa, quando a dor na barriga ou os seios inchados, um pequeno mau estar ou algo semelhante, dava-me a ilusão que tinha ficado grávida. Depois claro, vinha a desilusão, quando o período aparecia.
Com esta desilusão, misturavam-se os sentimentos, de raiva, de frustração, de impotência. Porque eu? É a pergunta que todas fazemos.
E depois como explicar às pessoas que nos rodeiam aquilo que sentimos? Como explicar porque estamos constantemente de mau humor, pq não achamos piada a nada, pq não nos apetece fazer nada, pq não nos apetece ir a festas, pq não temos paciência para as conversas da treta. Se respondes que andas assim pq não consegues engravidar, as pessoas desvalorizam logo automaticamente a questão. «Isso não é motivo para estares assim. Vais ver k qdo menos esperares engravidas. A vida não é só isso.» Foram algumas das muitas frases que já ouvi. Até k cheguei à conclusão k não vale a pena explicar. Ninguém, a não ser quem passa por isto, percebe aquilo que sentimos, a dor que nos vai no peito, o esforço k temos de fazer para continuar a nossa vida.
A infertilidade é uma doença que chega calmamente, sem fazer barulho, sem deixar marcas fisicas, mas que nos consome aos poucos, de dia para dia, que em cada dia que passa nos rouba um pouco da nossa alegria.

Beijinhos a todas

Um comentário:

Alexandra disse...

Um beijinho grande e pensamento positivo! Acredita sempre, a tua vez vai chegar!
Muita força e coragem.

Xanah